Slow travel: o que é?

Fazer uma viagem e voltar mais cansado do que estávamos antes de ir: com certeza isso já aconteceu com todo mundo. A pressa de ver tudo de uma vez só, visitar todos aqueles lugares que o nosso guia de viagens mostra, tentar “conhecer” o maior número de lugares em poucos dias, saber pouco de muitos lugares: assim são as viagens da maioria das pessoas, que com dias limitados de férias, preferem adotar este ritmo e ter os dias livres sempre cheios de atividades.

O slow travel (algo como viajar devagar) é um conceito que busca ir contra tudo isso, que prioriza a qualidade das experiências e não a quantidade de lugares visitados. Fazer uma viagem mais longa para conhecer mais a fundo uma cultura, um idioma e um lugar, participar das atividades diárias das pessoas, entrar em contato com a cultura do local visitado, observar as diferenças e entender as diferenças.

Tempelhof, em Berlim, é um bom lugar para sentar e não fazer nada.
Tempelhof, em Berlim, é um bom lugar para sentar e não fazer nada.

Este estilo de viagem é ideal para quem busca ter mais tranquilidade durante uma viagem, que gostaria de ter experiências mais intensas e produtivas e quer fugir das atividades turísticas, que muitas vezes fazem com que as viagens percam a qualidade e se tornem cansativas. Há muita gente viajando pelo mundo assim, principalmente quem precisa trabalhar durante as viagens e quem sai para viajar por um longo período de tempo e pode escolher quanto tempo passar em cada lugar, mas a verdade é que qualquer pessoas que viaja pode adotar este estilo. O importante é priorizar aquilo que queremos ver e fazer e adaptar estas atividades ao número de dias disponíveis.

Seguir o ritmo do slow travel não quer dizer que devemos evitar lugares turísticos ou monumentos conhecidos, mas sim decidir como queremos ver os locais que visitamos; se é para conhecer apenas porque são famosos ou porque realmente estamos interessados neles e queremos saber mais e aprender. Não é preciso viajar para um lugar remoto e desconhecido para fazer isso, é perfeitamente possível viajar pelas grandes cidades e encontrar aquilo que realmente queremos ver e conhecer, observar mais, entender os lugares e tentar fazer parte deles por um tempo.

Um dia normal para visitar o Grande Palácio Real de Bangkok, na Tailândia.
Um dia normal para visitar o Grande Palácio Real de Bangkok, na Tailândia.

Viajar sem pressa e com tempo para conhecer os lugares é muito vantajoso: permite que as nossas lembranças sejam mais inesquecíveis, que as experiências de viagens sejam mais proveitosas e úteis para a vida, ajuda a fazer amigos por onde passamos, é uma maneira mais barata de viajar e ainda contribui para o nosso desenvolvimento pessoal – aprendemos (um pouco) de novos idiomas, fazemos parte de um lugar e entendemos mais sobre outros modos de vida.

Às vezes, não fazer nada e apenas sentar em algum lugar e observar o que nos rodeia e onde estamos é muito importante. Para quem já está cansado de andar de um lugar turístico a outro sem entender bem o motivo, talvez seja uma boa hora de parar um pouco e encontrar um novo ritmo de viajar, um ritmo mais devagar e mais inspirador que nos acompanhe pelo caminho.


13 comentários sobre “Slow travel: o que é?

  1. Ah, e eu tenho esse conceito sobre viagem há um bom tempo. Só agora descubro que existe um termo rsrs
    Tenho uma amiga e no planejamento de uma pequena viagem, logo vi que apesar de sermos muito amigas não ia dar certo. Os ritmos não batem!
    Sim, sempre penso num roteiro para a viagem, sou bem organizada. Mas sou desencanada. Quando estou lá, vivendo a viagem, vou alinhando, priorizando, mudando, adaptando. Prefiro curtir bem 1 único lugar, do que apenas “passar” por 3.
    Recentemente tive a oportunidade de passar 1 mês no norte da Inglaterra para um intercambio. Tinha acesso fácil ao aeroporto e de lá poderia ir até Paris, até Dublin, até Amsterdã, para passar os fins de semana. E muitos me aconselharam a fazer isso. Viagens curtas de 2 dias.
    Mas preferi aproveitar os dias livres para conhecer melhor onde estava. E deu tão certo! O norte da Inglaterra é encantador, rico, incrível! Foi muito mais aproveitador. Conheci pequenas cidades, lá perto de onde estava, e descobri lugares lindos.
    Uma pena que não tenha nem tempo e nem recursos para curtir bem todos os lugares que eu gostaria rsrsrs
    Bjs!
    Alê, do Blog Os Livros que Vivi http://oslivrosquevivi.wordpress.com

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    1. Oi Alessandra, também penso assim. Acho que você fez uma ótima escolha em querer conhecer mais os lugares próximos de você… sempre há muito pra conhecer e é sempre melhor ter tempo e calma. Tenho certeza que você conheceu muito lugares e aprendeu muitas coisas dessa forma! Beijos e obrigada por dividir a sua experiência!

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  2. Envelheci e entrei nesse esquema. Tenho permanecido por mais tempo em determinados lugares, justamente por conta dessa varredura em câmera lenta que eu e meu fiel escudeiro temos feito. Vale à pena.

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