CUBA – o que saber antes de ir

Conhecer Cuba foi certamente uma das melhores experiências da minha vida. Infelizmente, para quem gosta de fazer viagens independentes como eu, as informações sobre o país são bem limitadas e além disso, tudo muda bastante quando se trata de turismo em Cuba. O post de hoje é uma lista de informações práticas para quem pretende viajar a Cuba por conta própria, com todas as informações necessárias para ajudar no planejamento da viagem. A lista é baseada na minha experiência e no que eu fiz/usei/vivi por lá.

Visto 

Todas as pessoas precisam de visto para entrar em Cuba, mas o processo é bem simples: basta ter a passagem de ida e volta e pagar uma taxa (eu paguei 40 dólares americanos em maio de 2017) na Embaixada de Cuba. A permissão sai na hora e se chama “Tarjeta Turista“, como se fosse um cartão para quem pretende fazer turismo no país. É necessário apresentá-lo na entrada em Cuba (quando então o passaporte é carimbado) e em várias outras ocasiões como para trocar dinheiro, comprar passagens de ônibus e etc. Além disso, é necessário devolver a “Tarjeta Turista” na saída de Cuba, portanto é importante ter cuidado na hora de guardar o documento. IMPORTANTE: Antes de planejar a viagem, procure a Embaixada ou Consulado mais próximos de você e confirme o que precisa para tirar o visto.

Dinheiro 

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Cuba possui duas moedas oficias, CUP (a moeda nacional, ou Peso Nacional Cubano) e CUC (Peso Cubano Convertible). A moeda nacional (CUP) é, como regra geral, a moeda usada pelos cubanos nos estabelecimentos locais. O Peso Convertible (CUC) é a moeda utilizada principalmente pelos turistas. É possível comprar as duas moedas nas casas de câmbio e usar cada uma conforme o local e a necessidade, mas nem todos os locais aceitam as duas moedas – melhor perguntar antes de pagar.

O Peso Convertible (CUC) regula a cotação com o dólar americano, ou seja: 1 CUC equivale a 1 USD. Já 1 CUC equivale a 25 CUP. De acordo com a minha experiência, é melhor levar o dinheiro em euros e não em dólar, pois quando é feita a troca a partir de dólares, é cobrada uma taxa extra (já que a cotação é 1×1). Nem todos os cartões internacionais são aceitos nos caixas automáticos, então é melhor levar dinheiro para trocar.

Chegando em Cuba, você pode trocar o dinheiro no banco ou na Cadeca, uma espécie de casa de câmbio. As filas são normalmente enormes e é preciso apresentar o passaporte para fazer a troca.

Acomodação 

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Uma das grandes dificuldades que eu encontrei enquanto planejava a minha viagem a Cuba foi sobre onde ficar. Eu queria evitar hoteis e resorts, então tive ainda mais dificuldade para encontrar algo. Se você quer ficar hospedado em hoteis ou resorts, dá até para reservar alguns pelo Booking. Caso contrário, há uma outra opção – a que eu escolhi e a melhor delas na minha opinião: as Casas Particulares.  Esta opção nada mais é do que ficar hospedado na casa de uma família cubana. Muitas famílias têm autorização do governo para receber turistas em suas casas, oferecendo um quarto que é alugado. Os quartos são confortáveis, possuem banheiro privado, ar condicionado e até televisão. Além disso, a maioria das casas oferece o café da manhã e outras refeições (por uma taxa extra). As reservas podem ser feitas diretamente com o dono da casa (caso você tenha contato de algum) ou por alguns sites com AirBnb, TripAdvisor e outros sites que fazem reservas especialmente deste tipo de acomodação. Eu não testei nenhum desses sites, por isso não posso indicar, mas vou deixar aqui o contato das casas onde eu fiquei hospedada e sem dúvidas recomendo.

Em Havana, recomendo Daniel y Fina – Casa habana blues 1940. O e-mail de contato é daniel_renta@yahoo.es .

Em Viñales fiquei hospedada na casa do Yuri – El Joyero. Reservei pelo Airbnb, o link está aqui.

Em Varadero não tive muito contato com os donos da casa pois o quarto tinha uma entrada externa, mas recomendo pela ótima localização perto da praia. Também reservei pelo Airbnb e o link está aqui.

Segurança 

Cuba é um país muito seguro. É muito tranquilo andar pela rua a qualquer hora do dia e até a noite, o que é algo ótimo para quem viaja. É claro que como em qualquer lugar do mundo, é preciso ter cuidado e estar atento mas pela minha experiência, achei tudo muito tranquilo – inclusive andar pela rua com a câmera fotográfica na mão, celular, etc. Até mesmo as pessoas de lá falam o quanto é seguro e o quanto é raro ter alguma notícia sobre roubos e violência. Tenha cuidado como em qualquer lugar do mundo e aproveite!

Alimentação

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Há diversas opções de locais para comer em Cuba, com preços e opções bem diferentes. Há muitos locais que vendem comida de rua bem barato e nesses locais, você pode pagar com a moeda nacional (CUP). Os restaurantes nas áreas turísticas são praticamente exclusivos para turistas e aceitam apenas pagamento em peso convertible (CUC). Muitas vezes os cardápios dos restaurantes oferecem diversos pratos, mas nem sempre eles estão disponíveis e as opções acabam sendo bem escassas. Os pratos cubanos mais tradicionais são feitos com carne de porco, frango ou carne de ovelha, acompanhados de arroz e feijão em muitos casos.

Transporte 

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Para se locomover nas cidades, há a opção de ônibus, táxi ou os transportes parecidos com tuk-tuk. Para viajar pelo país, há a possibilidade de alugar um táxi, um tour privado ou então viajar de ônibus. Há uma empresa de ônibus para os turistas chamada Viazul – é a única empresa de ônibus na qual se pode viajar pelo país (pelo menos por enquanto). É possível comprar as passagens pela internet ou comprar na rodoviária. Eu comprei na rodoviária dois dias antes de viajar e não tive problemas, mas em temporada alta é melhor comprar com mais antecedência.

Internet

A internet ainda é bem limitada em Cuba e buscar uma conexão pode se tornar uma aventura. É preciso comprar um cartão de internet (quando eu fui, 2 CUC por hora) que contém uma senha única. Logo, é preciso buscar o local da cidade onde há sinal para conectar. Normalmente, há uma praça central onde a internet está disponível mas a conexão é bem lenta. Alguns hoteis de luxo em Havana têm a sua própria rede de wifi, mas ela é paga da mesma maneira. Dizem que a partir de 2018, algumas das casas privadas terão acesso também.

 Golpes comuns

Sofrer golpes é algo muito comum no mundo inteiro (inclusive no Brasil): é quando nos passam a informação incorreta, quando o taxista dá mais voltas do que o necessário, quando pagamos a mais por alguma coisa, quando tentam nos enganar de alguma forma para tirar vantagem. Eu não passei por nada disso em Cuba mas fiquei sabendo de alguns golpes comuns por lá. Então: sempre pergunte o preço final da corrida do táxi antes de entrar no carro, fique atento se lhe falarem que tem um festival, feriado nacional como desculpa para dizer que determinados lugares estão fechados ou que há uma promoção de charutos em alguma fábrica – muitas vezes são lugares que não estão autorizados a vender charutos (e aí você pode ser barrado no aeroporto).

Fazendo a mala

Roupas de calor, protetor solar, produtos de higiene pessoal e repelente são essenciais. Parece óbvio, mas se deixar para comprar por lá pode correr o risco de não encontrar algumas dessas coisas (aconteceu comigo) ou de ser muito caro, já que a oferta é escassa e a demanda é grande.


3 comentários sobre “CUBA – o que saber antes de ir

  1. Este é um dos destinos em nossa lista.
    Isso dos golpes q vc falou existem mesmo. Eu vi uma reportagem na tv belga.
    Há tb se vc deixar p lá procurar onde ficar. Tipo trocar o hotel pela casa. O táxi dá voltas e voltas, e ainda não leva à casa q vc pediu.
    Tb na rua mostraram uma senhora q te convence q passa dificuldade, e vc compra o leite q ela pede p as crianças, mas está tufo combinado com a loja. Ganha a loja e a pedinte.
    Alguns amigos foram para ressort e contaram q vinham lhe pedir a roupa q vestiam.
    Eu tive 2 colegas cubanos no curso de holandês, mas tirar alguma informação sobre o regime, não consegui.
    Eu tenho a maior curiosidade sobre o q realmente acontece em Cuba. Mais do q nunca não dá p acreditar nas informações q chegam da tv e jornal.
    Eu queria conhecer sobre o nível de instrução deles, se estão satisfeitos por viver no regime. Se já não consegui muita coisa com meus colegas , imagina lá dentro. Rsrsrs E vc o q viu? Tem coragem de contar?

    Curtido por 1 pessoa

    1. Miau, ainda pretendo escrever mais sobre Cuba por aqui, mas com certeza algumas destas coisas que você citou são verdade. Acredito que não tenho conhecimento suficiente para contar tudo, afinal fui apenas passar alguns dias como turista, mas com certeza vou escrever mais sobre a minha experiência por lá 🙂

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